O Governo não pode mudar toda a estrutura da educação nacional sem dialogar com os profissionais da categoria, estudantes e com a população brasileira.
Sou contra a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular), que altera a composição do currículo do Ensino Médio e também sua carga horária. Por isso, a campanha Contra a Reforma do Ensino Médio, irá esclarecer dúvidas da população e mostrar porque essa reforma aumentará ainda mais o abismo social na educação brasileira. O aluno poderá “escolher” as disciplinas para seguir, definindo as áreas que considera mais importante se concentrar. Ora, isso deixará uma defasagem no ensino e, se o aluno se arrepender da escolha, não poderá voltar atrás. São falácias as afirmações do Governo em dizer que isso dará autonomia ao estudante e evitará a evasão escolar, pois se o aluno quiser estudar Humanas e a escola dele só oferecer Exatas, terá de ir para outra escola, o que acabará afastando o aluno das salas de aula.
Atualmente o Ensino Médio é composto por 13 disciplinas obrigatórias, pela reforma, 60% da carga horária na etapa final será destinada a BNCC e o restante dividido em cinco opções: Linguagens, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Ensino Profissional.
As únicas disciplinas obrigatórias nos três anos de Ensino Médio serão Língua Portuguesa e Matemática. Disciplinas como História, Sociologia, Filosofia, Educação Artística e Educação Física não estão garantidas por lei com carga horária mínima, nem está claro em quais anos essas e outras disciplinas devem ser oferecidas. A decisão ficará a critério de cada Estado e escola.
Outro absurdo é a proposta para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), a ideia é que 100% do curso seja à distância, privatizando totalmente o EJA.
A implantação desse desmonte no ensino depende da aprovação da BNCC. A previsão para ser aprovada é até agosto e regulamentada ainda em 2018, para ser implantada a partir de 2020.