Com a aprovação da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC), temas polêmicos foram discutidos e repercutiram entre especialistas na área de educação básica, especialmente os pontos que tratam da inclusão do ensino religioso como área de conhecimento, a retirada de referências a questões de gênero e sexualidade e do ensino médio da discussão.
O texto aprovado da BNCC segue agora para homologação do Ministério da Educação (MEC) e passa a ser implantado nas escolas a partir de 2019, gradualmente, até o ano seguinte. Até lá, alguns pontos serão discutidos em comissões à parte, como, por exemplo, a inclusão do ensino religioso no currículo e do ensino médio.
Incluir ensino religioso de todas as religiões e suas influências culturais? Vamos falar de judeus, muçulmanos, religiões africanas, como os negros escravizados trouxeram o candomblé para o Brasil e aqui nasceu a Umbanda? Vamos falar das práticas budistas?
Também sobre espiritismo? Mostrar para os alunos todas as guerras travadas em nome de Deus? Vamos falar de Inquisição? Ou será só para aprender sobre a Bíblia e o cristianismo? Seria interessante discutir a criação das religiões, em cada região do planeta e suas influências no desenvolvimento ou retrocesso dos povos. Mas não é essa a proposta do Governo, na verdade nem sabemos exatamente qual é a proposta sobre ensino religioso. Que País é esse que acha desnecessário aprender sobre Filosofia, Sociologia, Educação Física e Artes, mas quer obrigar a ter ensino religioso?
Que Governo é esse que não respeita a Constituição em que está afirmada a laicidade do Brasil?
Como o Governo quer retirar qualquer referência às questões de gênero e sexualidade do Ensino Médio? A escola é um lugar para discutir sobre sociedade, inclusão, diversidade, é um ambiente de envolvimento, onde se forma o cidadão. O que o Governo quer é excluir. Precisamos discutir e muito essas mudanças. Mas não é isso que o Governo pretende, pois não à espaço para o diálogo em sua agenda.