Estudo internacional aponta que é necessário aliviar carga horária do professor, mas com salários baixos, o docente acaba fazendo dupla jornada.
O Brasil possui um dos maiores números de alunos por sala de aula no Ensino Médio entre mais de 60 países analisados no estudo Políticas Eficazes para Professores: Compreensões do PISA, publicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo a pesquisa, tanto as escolas privadas, como as públicas do Brasil têm 22 alunos por professor no primeiro ano do Ensino Médio.
Esse número só é maior na Colômbia, que acaba de entrar para a OCDE, com 27 alunos por turma. Na China, país mais populoso do mundo, há apenas 12 alunos por professor, o que é mais benéfico, segundo o estudo, pois permitem que o professor se focalize mais nas necessidades individuais dos estudantes. Fica clara a necessidade do presença do professor na criação do estudantes, para esclarecer suas dúvidas e responder com mais tempo suas questões.
Segundo a OCDE, é preciso reduzir o tamanho da sala de aula e aliviar a carga horária de ensino do professor, ampliando dessa forma o tempo que ele passa preparando aulas, em orientação pedagógica (tutoria) ou atividades de desenvolvimento profissional. E, para isso, uma solução seria aumentar o número de professores. Ou seja, uma de nossas maiores lutas, aumentar o efetivo de professores nas escolas e aumentar o número de escolas para ter mais vagas para os alunos.
O estudo, que enfatiza a importância do ensino de alta qualidade para reduzir as desigualdades sociais, também revela que apenas 29% dos professores de ciências no Brasil têm especialização na área.
Em países como a Finlândia, que está entre os que apresentaram os melhores resultados do teste do PISA na área de ciências, a proporção de professores especializados nessa disciplina nas escolas públicas do país é 83%.
O estudo específico sobre países ibero-americanos também nota que a demanda por professores aumentou na região devido ao rápido crescimento do número de estudantes matriculados, sobretudo na América Latina, em razão de um maior acesso à educação. Entre 2003 e 2015, mais de 493 mil novos alunos no Brasil foram somados ao total da população estudantil de 15 anos, um aumento de 21%. Por isso não permitiremos que fechem nossas escolas, retrocedendo em tudo que conquistamos.
Um dado triste para o Brasil é que apenas 10% dos professores acham que a profissão é valorizada pela sociedade. Mas sabemos que alunos e familiares estão sempre solidários às nossas causas, mobilizações e reivindicações.
O PISA, no qual se baseia o relatório divulgado, é um conjunto de estudos internacionais que mede o desempenho de sistemas educacionais dos países membros e não membros da OCDE, como o Brasil. O PISA é realizado com jovens na faixa de 15 anos, o que corresponde ao primeiro ano do Ensino Médio.
(Falta o ranking do Estudo para finalizar com box)