A deputada estadual e também presidenta da Apeoesp, Professora Bebel (PT), cobrou do secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, respostas para as demandas da categoria, que constam da pauta de reivindicações da entidade, como reajuste salarial de 10,15%, ganho na Justiça, e a necessidade de conceder reajuste de 4,17% – índice que reajustou no início do ano o piso salarial profissional nacional –, além de melhores condições de trabalho. A cobrança foi feita na tarde desta terça-feira (25) durante audiência da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa , que ela preside e ao qual o secretário compareceu, cumprindo determinação constitucional, para prestar contas de sua gestão à frente da pasta.
Professores, diretores e conselheiros da Apeoesp compareceram em grande número, mas deputados de partidos de direita e o líder do governo não queriam que a reunião acontecesse, alegando falta de quórum. No entanto, a Professora Bebel no comando dos trabalhos chegou em um acordo com o secretário e com os deputados da Comissão, garantindo que a reunião ocorresse de forma informal.
Após a explanação inicial do secretário, os deputados que participaram da audiência puderam fazer os questionamentos. A Professora Bebel cobrou do secretário medidas contra a superlotação das classes e salas e a redução do número máximo de estudantes por classe. Também cobrou políticas para a fixação dos professores em uma única unidade escolar, por meio de incentivos salariais e a aplicação da jornada de trabalho prevista na lei do piso.
A deputada reafirmou ainda o posicionamento contra a imposição das férias repartidas, mas frente à afirmação de Rossieli de que as férias dos professores não serão afetadas e sim os recessos escolares, se dispôs a receber mais esclarecimentos em futura reunião com o secretário, na qual serão discutidas as reivindicações da categoria. A deputada também questionou sobre a promoção de concursos para a categoria. E o secretário afirmou que estão sendo realizados estudos neste sentido.
Segundo a deputada Professora Bebel, “embora muitas perguntas não foram esclarecidas, alguns pontos positivos foram apontados pelo secretário como por exemplo, a garantia de uma reunião em breve com a Apeoesp e também a garantia de que o salário da categoria será discutido no segundo semestre”. A deputada adiantou ainda que caso não ocorra uma negociação salarial irá acontecer uma agenda de enfrentamento contra o governo João Doria. “Estamos preparados, caso seja necessário, para uma greve geral dos profissionais da educação a favor da nossa luta por melhores salários”, afirmou.
Após a reunião, a deputada Professora Bebel também falou sobre o desvio de recursos da Educação para pagar inativos. “Sou expressamente contra essa prática ilegal do governo paulista, que aliás, há muito tempo vem sendo realizada. Todos os direitos dos professores aposentados precisam ser garantidos, pois contribuíram com 11% e o Estado não contribuiu com os 22% que deveria. O governo não pode alegar que não tem recursos para valorizar os salários dos professores porque está usando dinheiro da educação para outras finalidades ”, concluiu.