Com truculência e repressão, governistas aprovam reforma da previdência de Doria

Com truculência e repressão, governistas aprovam reforma da previdência de Doria

Uma demostração de truculência, repressão e desrespeito ao funcionalismo. Essa foi a marca da sessão de votações na ALESP (Assembleia Legislativa do Estado) que aprovou, na manhã desta terça (3/3), a PEC 18, por 59 votos a 32, a chamada “reforma da previdência estadual”.

Para aprová-la, os governistas fizeram uso da tropa de choque da PM, que reprimiu manifestantes dentro e fora da Assembleia, escrevendo um dos capítulos mais tristes e menos democráticos dessa que deveria ser a casa do povo.

Em número de mais de 20 mil pessoas, os servidores públicos, com destaque para professores, pessoal da saúde, da segurança, do judiciário e de outras categorias, chegaram a parar a Avenida Pedro Álvares Cabral, em frente à ALESP, antes de serem dispersados pelo uso de balas de borracha, gás lacrimogênio e golpes de cacetete e de escudo pela tropa de Doria.

Professora Bebel comanda ato contra a aprovação da reforma; manifestantes chegaram a fechar a avenida em frente a Assembleia

 

Tentativa de enganar servidores

Antes mesmo do início das votações, a bancada de Doria, coordenada pelo presidente da Casa, deputado Cauê Macris, promoveu uma verdadeira tramoia para evitar a presença de manifestantes na Assembleia e, consequentemente, a pressão popular contra o projeto da reforma estadual.

Por verem que grande parte dos servidores estavam mobilizados para comparecerem em massa à Assembleia às 14h horas desta terça (3/3), hora em que estava marcado o início das votações, os governistas aprovaram uma mudança no horário de votações, fazendo com que elas começassem às 9h da manhã.

A intenção clara dos apoiadores de Doria era fazer com que os servidores não tivessem tempo de se reorganizar e, desta forma, não chegassem a tempo da votação.

Mas a estratégia perversa falhou e, coordenados pelas chamadas da deputada Professora Bebel e da APEOESP, os servidores conseguiram adiantar suas agendas e compareceram fortemente logo cedo ao ato, passando de 20 mil pessoas presentes.

Escalada de violência

Infelizmente, como se pode ver pelas imagens e vídeos divulgados amplamente nas redes sociais, o ato que começou extremamente pacífico, sofreu repressão imensa da PM, criando situações de perigo e deixando ao final pelo menos 20 manifestantes feridos.

A tropa de Doria não poupou agressões e armas, usando fortemente de golpes de cacetetes, bombas de gás lacrimogênio em grande quantidade e balas de borracha que feriram diversas pessoas.

Esta cena mostra um dos momentos de confronto:

https://www.instagram.com/p/B9SYUDFhn4v/

Em uma atitude de apaziguamento, após entrarem na Alesp, os manifestantes percebem a pouca quantidade de policiais e os isolam, evitando que alguém saísse ferido no confronto:

https://www.instagram.com/p/B9SXi5YB8sG/

Para que acontecem as votações, a tropa tornou-se ainda mais violenta, tendo expulsado os manifestantes da casa com bombas e outros atos de violência. Como dito, mesmo com toda a pressão popular, os manifestantes não conseguiram barrar a reforma, que acabou aprovada por 59 votos, contra 32, da oposição.

Mas os manifestantes não se curvaram e, mesmo expulsos, seguiram se reorganizando na área externa e protestando contra a reforma, até que novas levas de bombas e tiros forçassem uma dispersão maior.

Confira ainda, neste vídeo, a evolução dos acontecimentos de hoje:

https://www.instagram.com/tv/B9STGqiBZXu/?utm_source=ig_web_button_share_sheet

Ao final dos atos, a deputada ainda subiu à tribuna e prometeu uma oposição aguerrida aos atos tiranos de Doria e de sua bancada: “Professores jamais se ajoelharão!”, garantiu:

https://www.instagram.com/p/B9ScO89B73H/

Greve no dia 18 de março

A oposição à reforma agora prepara uma grande greve a ser realizada no dia 18 de março, para mostrar ao governador BolsoDoria e aos deputados traidores dos servidores públicos que, se na Assembleia eles impõem sua vontade no tapetão, na marra, e contra a vontade da população, nas ruas é diferente. Nas ruas, no dia 18, eles verão que não têm o direito e nem a força política para se opor aos servidores e à população em geral.

Dia 18, é greve dos servidores! Pela manutenção de direitos, contra a reforma da previdência estadual e contra o autoritarismo de BolsoDoria.

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