Para quem não sabe o que significa a expansão do Programa de Ensino Integral (PEI) do governo Doria/Rossieli, é apenas um acúmulo de tarefas para os professores. O programa em nada melhora a qualidade do ensino no estado de São Paulo. Apenas aumenta a exclusão, ocasiona superlotação nas escolas e outros problemas que agravam a crise educacional no nosso estado.
Como se não bastasse, agora pretendem impor essa expansão para mais mil unidades escolares, totalizando 3 mil unidades em 2023. Tudo isso que eles estão anunciando tem como intuito impactar seus votos em outubro, pois estão agindo de olho no calendário eleitoral deste ano.
O secretário Rossieli diz que os alunos que não optarem pelo PEI podem se transferir para outras escolas. Essa informação ficou vaga, como um aluno consegue se mudar facilmente de escola? Para onde ele vai, secretário? Há hoje raras unidades fora desse programa e os estudantes acabam desistindo por falta de opção. O que muitos estudantes estão dizendo é que não conseguem conciliar estudo e trabalho nas escolas PEI (já que o modelo da escola é de período integral) e não encontram outras unidades próximas com horário normal de apenas um turno.
Como presidenta da APEOESP e como deputada estadual, me oponho frontalmente à destruição da educação pública estadual e a esse modelo excludente de ensino integral. Infelizmente, muitos jovens, depois da pandemia, tiveram que procurar um emprego e se tornaram o sustento da casa. E o período noturno é a única opção desses jovens trabalhadores continuarem a frequentar a escola.
O Programa de Ensino Integral exclui esses estudantes à medida que não oferta mais o noturno. Eu defendo as políticas públicas e espero que brevemente possamos reverter esse ataque contra os direitos educacionais da juventude.