Mesmo antes dodecreto do presidente Jair Bolsonaro que autoriza políticos com mandato a terem porte dearma , o tema já vinha provocando polêmica nos últimos dias naAssembleia Legislativa de São Paulo . O clima está tenso na Casa desde o dia 2 , quando parlamentares do PSL afirmaram na tribuna que responderiam a eventuais invasões de seus gabinetes por representantes de sindicatos.
Na ocasião, Adalberto Freitas (PSL) chegou a dizer que possui dois funcionários armados. Além disso, o agente federal Danilo Balas, colega de partido de Freitas, diz que circula pelos corredores da Assembleia com revólver na cintura.
A bancada do PT tem se posicionado contra o decreto das armas. O líder petista, Teonilio Barba, chegou a apresentar uma representação contra Freitas por “ameaça” no conselho de ética da Casa. O caso deve ser analisado na semana que vem.
O tema entrou em discussão depois que representantes do Sindicato dos Professores da Rede Estadual (Apeoesp) foram ao gabinete da deputada Janaina Paschoal (PSL). Ela diz que seus funcionários foram ameaçados e que os sindicalistas falavam em “esfregar” uma panfleto em sua cara. A presidente da Apeoesp, Professora Bebel, é deputada pelo PT. Ela nega que os sindicalistas tenham ameaçado funcionários e diz que seus colegas apenas entregaram um documento.
“Problema de morte”
Na sessão do dia seguinte, o líder do PSL, Gil Diniz, se queixou da tentativa “de invasão do gabinete” de Janaina , e disse que, se isso acontecer com ele, os manifestantes “vão ter a resposta devida”. Em seguida, Freitas voltou a tocar no assunto e disse que em seu gabinete há duas pessoas armadas. Ele se dirigiu a Bebel e afirmou:
— Se acontecer algum acidente nesta Casa, se eu defender a minha integridade a acontecer algum problema de morte, a culpa vai ser da senhora.
Pelas regras determinadas pelo presidente da Assembleia Legislativa, Cauê Macris, é proibido o porte de arma no plenário, mas pessoas, como agentes de segurança que têm autorização legal, podem circular pela Casa com seus revólveres. Balas disse que cumpre a determinação da presidência, mas reconheceu que uma vez se esqueceu e entrou armado no plenário.
O decreto de Bolsonaro foi saudado na Assembleia. Gil Diniz, líder do PSL, deu a entender que fará uso da possibilidade portar arma:
— Não abro mão de defender a minha família, o meu patrimônio utilizando uma arma de fogo.
Macris disse considerar que “o tema é polêmico”. Na sessão de quarta-feira, ele disse que, em razão do “momento” vivido, serão instalados detectores de metal para barrar pessoas armadas sem autorização.