Mais um caso lamentável e chocante de violência em escola estadual expõe o descaso e o abandono do Estado para com as unidades da rede estadual de ensino de São Paulo.
Um adolescente invadiu na manhã desta segunda-feira a Escola Estadual Thomazia Montoro, no bairro da Vila Sônia, zona oeste da Capital e esfaqueou quatro pessoas, causando a morte de uma professora, até o momento identificada apenas como Beth. As outras três vítimas, pelas informações disponíveis, não correm risco de morte.
A APEOESP vem há anos realizando pesquisas sobre a questão da violência nas escolas e cobrando da Secretaria Estadual da Educação e demais órgãos do Governo Estadual providências para a redução da incidência dessas ocorrências. Faltam funcionários nas escolas, o policiamento no entorno das unidades escolares é deficiente e, sobretudo, não existem políticas de prevenção que envolvam a comunidade escolar para a conscientização sobre o problema e a busca de soluções.
O orçamento anual da SEDUC passa de 40 bilhões de reais. Não falta recurso. Falta à gestão encarar problemas reais de gente de carne e osso com competência e zelo com o dinheiro do contribuinte. O que se vê, mais uma vez, é uma gestão encastelada, tocada por quem não entende de Educação. Isso é uma fábrica de tragédias. O caso da Vila Sônia, aliás, ocorre exatamente 4 anos depois do massacre ocorrido numa escola estadual em Suzano, que vitimou 8 pessoas. O que foi feito de lá para cá? Com a palavra, a comunidade escolar, nossa juventude, o contribuinte, o povo paulista.
O programa de mediação escolar, criado em 2009 pela Secretaria da Educação a partir de proposta da APEOESP, em que professores trabalhavam na solução de conflitos e harmonização do ambiente escolar – foi virtualmente abandonado. As consequências se fazem sentir no crescimento do número de casos.
É necessário que o Governo do Estado ouça a comunidade e, de imediato, que recomponha o quadro de funcionários das escolas estaduais – não com pessoal terceirizado, mas com servidores selecionados por meio de concurso público – e que retome o programa de mediação escolar.
Maria Izabel Azevedo Noronha – Professora Bebel
Deputada estadual