O corte no transporte escolar realizado pelo governo de João Doria em São Paulo vai dificultar ainda mais o acesso dos alunos – principalmente das periferias – à educação.
A decisão parte do princípio de que uma criança a partir dos 12 anos de idade pode chegar sozinha à escola. Porém, o governador ignora que o transporte coletivo muitas vezes não passa perto das residências ou escolas desses alunos. Isso sem falar que muitos precisam atravessar rodovias, locais desertos e sem asfalto.
Apesar de o governo não esclarecer quantos estudantes, no total, serão afetados pela medida no Estado, informa os números de algumas cidades, como Guarulhos, onde, dos 3.400 alunos que utilizavam o transporte escolar de ônibus fretado, somente 424 permaneceram no programa, ou seja, um corte de 90%. Mas o curioso é que apenas 1.234 passaram a receber passe escolar. Os demais simplesmente deixaram de ser atendidos.
A presidenta da Apeoesp e deputada estadual, Professora Bebel, considera que a atitude demonstra toda a insensibilidade do governo com as pessoas que mais necessitam do apoio do Estado, lembrando que grande parte desses estudantes são crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.
“Tomar decisões sem prévia comunicação dos responsáveis, sem planejamento, sem um cronograma compreensivo com as dificuldades dos alunos é uma maldade sem fim, que não colabora com a necessária confiança que deve pautar a relação entre Estado e sociedade civil”, afirma a deputada