Deputada Professora Bebel, que agendou a audiência, quer ampliar a mobilização para proteger a população que será penalizada
A diretora da Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), Renata Dantas, afirmou em audiência na manhã desta sexta-feira, 17 de janeiro, com a deputada estadual Professora Bebel (PT) e um grupo de vereadores e lideranças comunitárias da região de Piracicaba, que as praças de pedágios nas rodovias SP-304 e 308 devem começar a funcionar em abril deste ano, mas garantiu desconto progressivo para o motorista que passar diariamente, utilizando o Desconto de Usuário Frequente (DUF) e o TAG.
Com o desconto progressivo, para passar pelo pedágio 30 dias num mês, por exemplo, na SP-308 (Piracicaba-Charqueada), o custo mensal será de R$ 71,85 por uma passagem por dia. Quem não tiver o desconto, desembolsará R$ 150,75 pelo mesmo serviço.
Já na rodovia SP-304, entre Piracicaba e Águas de São Pedro, o usuário pagará um total mensal de R$ 101,36 por uma passada por dia. Sem desconto, o montante a ser pago será de R$ 169,14. Na SP-304, no trecho de Águas de São Pedro a Santa Maria da Serra, com o desconto, o usuário pagará R$ 71,84 e sem desconto R$ 175,27.
Para entender como fica cada custo do pedágio na região, confira a tabela completa, em documento do Word, clicando em: Tabela de pedágios.
Na audiência, o assessor da Artesp, Rodrigo Vilaça, garantiu à deputada Professora Bebel que está aberto para debater com os usuários o melhor local para instalação da praça de pedágio. Por exemplo, na SP-308, a comunidade reivindica que seja no km 182,5 e não no km 180. Para a deputada, que também é presidenta da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), é preciso ampliar a mobilização de todas as forças políticas.
“É necessária a união de todos na região, parlamentares, prefeitos, lideranças, para impedir esse ataque aos direitos da população. Não vamos aceitar a intransigência do governo estadual, que faz negócios com o patrimônio público para beneficiar possíveis apoiadores, em detrimento do interesse social”, diz Bebel.
O leilão vencido pelo consórcio liderado pelo consórcio Pátria Investimentos, realizado no último dia 8, concedeu 1.273 quilômetros de rodovias, a partir da região de Piracicaba, e estabelece a colocação de praças de pedágios na SP-304, entre Piracicaba e Águas de São Pedro, no km 183,3; entre São Pedro e Santa Maria da Serra, no km 210,8; e na SP-308, entre Piracicaba e Charqueada, no KM 180,4. Na reunião, a Artesp confirmou, que sem desconto, a tarifa de pedágio custará na SP-308 R$ 5,02, enquanto que na SP-304, entre Piracicaba e Águas de São Pedro, R$ 5,64. Entre Águas e Santa Maria, R$ 5,84, enquanto que para motocicletas será cobrado R$ 2,82 na SP-304 e R$ 2,50 na SP-308.
Em troca, num prazo de 30 anos, a concessionária vencedora da licitação deverá realizar melhorias e duplicar a Rodovia Geraldo de Barros (SP-304), entre São Pedro (SP) e Santa Maria da Serra (SP), e a Rodovia Hermínio Petrin (SP-308).
Inconformada com mais este ataque à sociedade, a deputada Professora Bebel lembra que no período eleitoral de 2018, tanto o então governador Márcio França quanto o deputado estadual Roberto Morais (Cidadania) haviam negado a privatização.
“Agora, esses pedágios irão encarecer ainda mais o deslocamento dos trabalhadores, como é o caso dos professores que residem em uma cidade e, muitas vezes, trabalham em outra, e dos produtos que são transportados por estas rodovias. Os trabalhadores, de maneira geral, já ganham pouco e ter mais esta despesa reduz ainda mais o seu poder de compra, sem contar que os produtos que são transportados por estas rodovias acabarão ficando mais caro, uma vez que a tarifa do pedágio é embutida no custo final das mercadorias”, ressalta a deputada.
Bebel enfatiza que o seu mandato popular na Assembleia Legislativo está voltado para a defesa do desenvolvimento regional, o que inclui, sobretudo, as necessidades da população mais pobre.
“Isso vale para a região de Piracicaba, da mesma forma que vale para todas as regiões do estado de São Paulo, que vêm sofrendo com as políticas de ‘Estado mínimo’, que desmontam políticas públicas, sucateiam os serviços públicos que atendem à população mais pobre, impõem de forma autoritária terceirizações, privatizações e concessões ao setor privado. Aos que protestam, o governo Doria responde com repressão, discriminação e perseguição. No entanto, não vamos cessar a nossa luta. Estamos apenas começando. Vamos recorrer a todos os meios disponíveis e nosso mandato está pronto a atuar onde for necessário. Contra pedágios abusivos, em defesa da tarifa social para água e saneamento (para cujo projeto de iniciativa popular estamos coletando assinaturas em Piracicaba) e demais demandas. Vamos nos unir. Todos juntos somos fortes e podemos vencer, sim”, diz.
Participaram ainda da reunião os vereadores Nelinho Noronha (Águas de São Pedro), Elias Candeias (São Pedro) e Alex Sandro dos Santos (Rafard), além de Valdemar Correr, da Associação de Moradores de Santa Olímpia.