Após Elon Musk comprar o twitter por US$ 44 bilhões, muitas alterações já vem acontecendo. No Brasil, algumas mudanças já são perceptíveis, como por exemplo, diversos perfis de políticos bolsonaristas teve o crescimento acima da média na última terça-feira (26/04). O presidente Jair Bolsonaro (PL) teve um aumento significativo em sua rede social, ele conquistou nas últimas 24 horas 65 mil novos seguidores. A média diária de seguidores que o presidente tinha por dia era de 4.200, segundo a ferramenta de monitoramento Social Blade.
Além do presidente, seus filhos também conseguiram um aumento de seguidores na rede social. Antes da compra de Elon Musk, os filhos de Bolsonaro ganhavam aproximadamente mil seguidores por dia. Atualmente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) ganhou em um dia cerca de 17 mil novos seguidores, e seu irmão Flávio Bolsonaro (PL) que é senador ganhou 15 mil.
Outra aliada do atual presidente, deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) conseguiu na última terça-feira, 23 mil novos seguidores, sendo que sua média diária era de 1.600. Mais um deputado federal do Partido Liberal (PL) de São Paulo, Hélio Lopes também conseguiu alavancar seus seguidores de uma maneira muito rápida. Sua média diária era de 600 seguidores, porém, ele conseguiu em um dia cerca de 10 mil. Uma média muito alta quando é feita a comparação de antes e depois desses aliados do presidente Jair Bolsonaro. Outros políticos que apoiam o presidente também conseguiram grandes números, como é o caso da ministra Damares Alves, o ex-ministro Mario Frias, o ministro Marcelo Queiroga e o pré-candidato a governador da Bahia, André Porciuncula.
Um especialista em tecnologia Christopher Bouzy, foi um dos primeiros a perceber toda essa movimentação nas redes sociais do presidente e de seus aliados. Bouzy afirma que 93% dos perfis que seguiram a conta de Bolsonaro foram recém-criados. “Nós terminamos de analisar as 65 mil contas que começaram a seguir Jair Bolsonaro; 61.299 foram criadas desde ontem”, disse o especialista em uma thread.
Além dessa descoberta, Christopher Bouzy também faz outros trabalhos, ele é fundador do Bot Sentinel, uma plataforma que monitora os famosos bots na internet. O especialista afirma não acreditar que tudo isso que está acontecendo seja de forma orgânica. “Eu não acho que dezenas de milhares de brasileiros decidiram criar novas contas ao mesmo tempo e seguir Bolsonaro porque Elon Musk está comprando o Twitter”.
O especialista falou ainda que houve um aumento significativo em perfis de políticos republicanos dos Estados Unidos, o governador da Flórida, Ron DeSantis, ganhou 145 mil seguidores em um dia. Tucker Carlson é um apresentador de televisão e influente entre os conservadores, ele alcançou cerca de 129 mil novos seguidores.
Já na oposição ocorreu uma queda significativa de seguidores para o ex-presidente dos EUA, Barack Obama do Partido Democrata e da ex-senadora Hillary Clinton, ambos perderam, entre 5 mil e 17 mil seguidores.
No Brasil a história se repete. Políticos da oposição, como por exemplo, o ex-presidente Lula do Partido dos Trabalhadores, perdeu 11 mil seguidores, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) perdeu em torno de 1.300 seguidores. Já a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT), perdeu 940.
O twitter fez um comunicado onde diz que houve desativações em massa na rede social após o anúncio de compra de Elon Musk. Porém, a rede afirma ainda que elas ocorreram de forma “orgânica”, segundo informações da NBC News.
Nas redes sociais de apoiadores ao presidente Jair Bolsonaro, estão dizendo que o crescimento e o engajamento estão acontecendo devido a uma mudança instantânea nos algoritmos do próprio twitter, e que isso teria deixado de sabotar alguns perfis à direita poucas horas depois do anúncio sobre a venda da plataforma. Todas essas informações vem sendo postadas por apoiadores do presidente.
Para quem não sabe, Elon Musk diz ser favorável a liberdade de expressão, além disso, o novo dono do twitter já afirmou que tornar a rede social uma empresa de capital fechado é uma forma de aprimorar a livre circulação de ideias.
Com tudo isso, é possível notar que as eleições desse ano terá uma grande movimentação no twitter, pois é uma das principais redes sociais utilizadas por políticos. Além disso, é essencial ficar atento as fake news e a conteúdos que são disseminados rapidamente pela rede.
Fonte: Folha de S.Paulo.